VALMET: 60 ANOS NO BRASIL

 

Década de 1960 • Década de 1970Década de 1980Década de 1990Década de 2000Década de 2010

 

DÉCADA DE 1960

O INÍCIO DA JORNADA

A Valmet, que nasceu na Finlândia em 1750, começou a escrever sua história no Brasil no início da década de 1960. Em janeiro daquele ano, foi fundada em Mogi das Cruzes (SP) a primeira filial da companhia no país. Inicialmente, a empresa dedicou-se a produzir tratores.

Foi responsável pelo primeiro trator brasileiro produzido, que recebeu o nome de Valmet 360-D. Em 1964, foi lançado o primeiro trator com caixa de câmbio sincronizada, o Valmet 565 – outra inovação para o setor.

Entre 1975 e 1980, o ramo de tratores da Valmet lançou o conceito de trator de seis rodas, com o modelo Valmet 1502. Na década seguinte, foi apresentado o primeiro trator com sistema eletrônico de controle do hidráulico de três pontos.

A Virada de chave

Nos anos 90, aconteceram mudanças importantes ligadas à marca. Em 1994, as operações de tratores da Valmet foram transferidas para uma empresa conjunta com os caminhões Sisu, criando a marca Sisu-Valmet. Três anos depois, em 1997, a Sisu, incluindo a divisão de tratores, foi adquirida pela Partek. No ano seguinte, o nome da marca foi alterado de Valmet para Valtra-Valmet.

Em 2000, a marca dos tratores passou a se chamar apenas “Valtra”, e renovou toda a sua linha de tratores com o novo nome.

Entendendo o papel

Nesse meio tempo, a Valmet já atuava em diversas outras frentes, em várias regiões do mundo. No ano de 1951, tinha iniciado suas atividades voltadas à fabricação de máquinas de papel nas antigas obras de artilharia de Rautpohja, em Jyväskylä, na Finlândia. A entrega da primeira máquina de papel foi em 1953.

A partir daí, a empresa tornou-se um dos principais fornecedores de máquinas de papel, reconhecida internacionalmente em meados da década de 1960, quando entregou várias máquinas para indústrias de papel, em diversos países.

CONTEXTO DO MERCADO DE CELULOSE NO BRASIL

Em 1960, o Brasil já produzia mais de 70% da celulose consumida internamente, baseando-se na produção de celulose de fibra curta. Nesse período, surgiram os primeiros excedentes exportáveis. Mas, o país continuava deficitário na produção de celulose de fibra longa.

É dessa época a inauguração da primeira Escola Nacional de Florestas para ensino e pesquisa em ciências florestais na atual Universidade Federal de Viçosa (antiga Universidade Rural do Estado de Minas Gerais). Por razões diversas, em especial pelas parcerias internacionais, o curso foi transferido para a Universidade Federal do Paraná.

A produção nacional de celulose de fibra curta começou a aumentar de forma gradual. Assim, a indústria de papel poderia, então, praticamente, eliminar a sua dependência da importação de celulose, mantendo importações apenas para tipos de celuloses especiais.

A taxa média de crescimento da produção de celulose nesse período foi de 12% ao ano.

CONQUISTA IMPORTANTE

No final da década de 60, mais precisamente em 1969, foi firmado contrato com a atual CMPC Guaíba (ex-Riocell) para fornecimento das tecnologias de cozimento, caldeira de recuperação e branqueamento – um importante marco para a companhia.

 

 

DÉCADA DE 1970

Entre o final dos anos 60 e o início da década de 70,

a empresa Kamyr, que antecedeu a Valmet no Brasil, começou a apostar na área de desenvolvimento e provimento de tecnologias, automação e serviços para os setores de celulose, papel e energia no Brasil. No decorrer das décadas, a marca Valmet, como é atualmente conhecida em todo o país, sofreu algumas alterações no nome.

KAMYR

A primeira indústria que precedeu a Valmet no ramo da celulose no país levou o nome de Kamyr do Brasil, que produzia, de forma simplificada, equipamentos para indústria de celulose, com foco na linha de fibras. As atividades foram desenvolvidas inicialmente em São Paulo, a partir de 1972, em um escritório de vendas.

A empresa chegou ao Paraná, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em 1978. O desenvolvimento da região foi um dos fatores que levaram a Kamyr do Brasil a se instalar na localidade.

 

 

 

 

 

CONTEXTO DO MERCADO DA CELULOSE NO BRASIL

A década foi marcada pelo início das operações de três grandes empresas produtoras de celulose de mercado: CMPC (ex-Borregaard, depois Riocell e Aracruz Guaiba), em 1972, a Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira), em 1977, e a Linha A da Aracruz  Celulose (depois Fibria e atual Suzano Aracruz), em 1978.

No mesmo ano, surgiu no Paraná a unidade da Embrapa, especializada em pesquisa florestal, que contribuiu fortemente para o desenvolvimento e profissionalização do setor de papel e celulose.

O primeiro grande ciclo de investimentos na área teve início nessa década, com o segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) e com o primeiro Plano Nacional de Papel e Celulose (I PNPC). Os planos foram elaborados num momento de euforia da economia brasileira e de alta no preço da celulose no mercado internacional.

De 1970 a 1980, a taxa média de crescimento da produção de celulose no país foi de 18,55% ao ano.

PROJETOS NO PERÍODO

A partir daí, os projetos passaram a se tornar mais complexos e o volume de contratos aumentou, de modo gradativo. Em 1970, a sede paulista da Suzano adquiriu da Kamyr uma caldeira de recuperação e uma linha de cozimento com branqueamento. Para a Suzano Jacareí (ex-Indústrias de Papel Simão) e a Klabin em SC (antes, Olinkraft Celulose & Papel) foram fornecidas caldeiras de recuperação nos anos de 1972 e 1975, respectivamente.

Na década de 1970, começaram a operar três grandes empresas produtoras de celulose de mercado: CMPC (ex-Borregaard. KIAracruz Guaiba), em 1972, Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira), em 1973, e Suzano Aracruz (ex-Aracruz Celulose), em 1978.

Borregard / Riocell / Aracruz Guaíba / CMPC Celulose Riograndense
Para a fábrica que entrou em operação no inicio dos anos 70, a Valmet (a época Kamyr e Götaverken) forneceram sistema de cozimento continuo para produção de celulose e a caldeira de recuperação química, entre outros equipamentos.


Cenibra
A Cenibra foi fundada em setembro de 1973. Localizada no leste de Minas Gerais, é o resultado do espírito empreendedor da Cia Vale do Rio Doce e da Japan Brazil Paper and Pulp Resources Dev.Co., Ltd.(JBP), que apostaram no sonho de construir uma grande empresa de base florestal, com transferência de tecnologia do Japão para o Brasil. A empresa começou a operar em 1977 com capacidade de produção de 225 mil ton/ano. Para a Cenibra a Valmet forneceu equipamentos para produção, lavagem e branqueamento de celulose.

Aracruz Celulose
Em 1978 foi inaugurada a primeira fábrica da Aracruz Celulose, chamada de Fábrica A. De início, sua capacidade de produção era de 400 mil toneladas por ano, depois ampliada para 525 mil. Para esse projeto, foram fornecidos linhas de picagem de madeira, área de cozimento, lavadores difusores e caldeira de recuperação.

Klabin
Já em 1978, uma caldeira de recuperação foi enviada para a Klabin Monte Alegre, situada na cidade de Telêmaco Borba (PR).

O mercado latino-americano também já começou a ser contemplado com serviços da empresa nessa época. Em 1971, a Celulosa Jujuy, da Argentina, recebeu equipamentos da linha da evaporação.

 

 

DÉCADA DE 1980

A partir da década de 80,

os trabalhos voltados à fabricação de equipamentos para as indústrias de celulose, foram intensificados.

Em 1982, a empresa passou a se responsabilizar pela execução de atividades de engenharia e projetos para sistemas de fábricas de celulose, assim como, a prover serviços de assistência técnica, comissionamento e treinamentos para clientes.

No ano de 1986, a empresa realizava atividades em plantas de celulose de pequeno e de médio porte, e elaborava ações de engenharia e controle do cronograma para a implantação de projetos - mostrando que a empresa tinha aprofundado a sua capacitação tecnológica, e acumulado conhecimento para atividades de gestão e execução de projetos mais complexos. O suporte de profissionais da Kamyr AB (unidade da Suécia) nesse desenvolvimento foi muito importante para o crescimento da empresa no Brasil.

Crescimento Mundial

Nesse período, a Valmet comprou a empresa sueca Karlstads Mekaniska Werkstad (KMW), em 1986, e a unidade de acabamento de papel de Wärtsilä, em 1987.

No Brasil, entre 1989 e 1990, a Valmet deu início ao desenvolvimento de atividades de gestão de projetos de médio porte, ampliando o escopo de fornecimento na área de engenharia. Essas práticas exigiram esforços para a qualificação e o desenvolvimento de fornecedores locais e da própria empresa para a fabricação de equipamentos, estruturas metálicas, tubulações, entre outros.  Dessa forma, no final da década de 1980, a companhia começou a deslocar seu foco para o fornecimento de sistemas - e não apenas para o de máquinas e equipamentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

CONTEXTO DO MERCADO DA CELULOSE NO BRASIL

Apesar de a economia brasileira ter estagnado durante a década 80, com altos índices de inflação, a indústria de celulose alcançou a maturidade, graças à utilização do eucalipto, obtido por reflorestamento, como matéria-prima. A maturidade também se dava pelo domínio da tecnologia e pela utilização de equipamentos com tecnologia de ponta.

Entre 1982 e 1989, cerca de 70% da celulose produzida foi destinada para a venda doméstica e 14% para as exportações - as quais foram direcionadas, principalmente, para a Europa. O restante (16%) foi encaminhado para consumo próprio das empresas integradas a atividades de conversão, impressão e outras.

Elaborado em 1986 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose (ANFPC), o segundo Programa Nacional de Papel e Celulose (II PNPC) previa investimentos de cerca de US$ 9,6 bilhões entre 1987 e 1995, dos quais dois terços destinavam-se à ampliação da produção de celulose.

Do ponto de vista tecnológico, a década de 80 foi marcada pelo avanço na genética florestal. Os processos de seleção de materiais genéticos foram, a partir de então, potencializados pela clonagem e hibridização - em especial dos eucaliptos.

Considerando o período de 1980 a 1990, a taxa média de crescimento da produção de celulose foi na ordem de 2,61% ao ano.

PROJETOS NO PERÍODO

A década de 80 foi marcada por diversos projetos que levaram o nome “Kamyr”, que deu origem à Valmet no país. Foram transportadas caldeiras de recuperação para a CCB, Companhia de Celulose da Bahia, que se instalou em Camaçari para a produção de celulose a partir de Sisal e Cocelpa, em 1980, para a Sengés Papel e Celulose (antiga Sguario) no ano seguinte, para a Suzano Limeira (ex-Ripasa), em 1982, e para a Suzano (na época, Igarás Indústria de Papéis), no ano de 1985.

Enquanto isso, em 1980, a Refinaria Henrique Lage, da Petrobras, localizada em São José dos Campos (SP), ganhava um Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD). A instalação foi efetuada pela Metso Automation, que nos anos seguintes foi adquirida pela Valmet. 

O ano de 1981 foi marcado pela entrega de caldeiras de recuperação para a Fábrica Nacional de Papel (Uruguai) e Alto Paraná (Argentina). No ano seguinte, a mesma Alto Paraná e a também argentina Tucuman receberam equipamentos de evaporação.

Na mesma década, uma linha de cozimento de celulose com capacidade para 1.200 toneladas por dia foi entregue para a Klabin Monte Alegre, o que dobrou a capacidade de produção da empresa. Ainda em 86, uma caldeira foi instalada na Mineração Rio do Norte.

Em 1988, a Kamyr do Brasil forneceu para a Suzano Aracruz, quando era Aracruz Celulose, uma planta de cozimento e uma unidade de lavagem por difusor atmosférico. Além disso, também entregou uma caldeira de recuperação, e plantas e sistemas de tecnologia não proprietária, como o pátio de madeira e a planta química.

No ano seguinte, foi firmado contrato para o suprimento de toda a linha de fibras para a Linha 1 da unidade industrial da Suzano Mucuri (ex-Bahia Sul), inaugurada em 1992. Foi o primeiro modelo EPC das linhas de fibras, que consiste em cozimento, lavagem, depuração e branqueamento, e a caldeira de recuperação. Ou seja, pela primeira vez, a Kamyr, atualmente Valmet, foi responsável pelos projetos executivos, especificação e compra de materiais e equipamentos, construção, montagem, testes de operação, treinamento de equipe e entrega da planta completa e em funcionamento.

Esse abastecimento incluiu equipamentos de processo, tubulações principais e plataformas de operação e acesso. A capacidade produtiva, quando foi inaugurada, era de 420 mil toneladas por ano. 

 

 

DÉCADA DE 1990

No início desse período,

o grupo Kvaerner assumiu o controle da Kamyr. Em 1991, adquiriu a empresa sueca Gotaverken, que atuava no ramo de caldeiras de recuperação e transferiu suas operações para Curitiba, no mesmo espaço ocupado pela Kamyr. Nos primeiros meses de 1994, as operações das duas empresas foram reunidas na empresa Kvaerner Pulping. Nessa fase, houve grande avanço no desenvolvimento da área de engenharia de sistemas.

Logo depois, no ano de 1996, a Kvaerner incorporou a Tampella Power, da Finlândia, que também produzia equipamentos para a fabricação de celulose. Assim sendo, a empresa agregou novas tecnologias e ganhou mercado.

Fusão Global

Em julho de 1999, surgiu a Metso Corporation - como resultado da fusão da Valmet com a Rauma Corporation. Nessa fase, a Valmet era fornecedora de máquinas de papel cartão, enquanto as operações da Rauma estavam focadas em tecnologia de fibra, minerais e soluções de controle de fluxo. 

A fusão resultou numa empresa fornecedora de equipamentos para atender a indústria global de processos. A nova companhia chegou a receber inicialmente o nome de Valmet-Rauma Corporation. As ações da Metso foram listadas na Bolsa de Valores de Helsinki e substituíram as listas de suas empresas antecessoras.

CONTEXTO DO MERCADO DA CELULOSE NO BRASIL

O setor de celulose representou uma exceção no cenário de recessão econômica que marcou o período. O preço competitivo da madeira das florestas plantadas com tecnologia brasileira e a desvalorização do Real frente ao Dólar contribuíram para essa realidade. Com isso, as empresas brasileiras do setor se tornaram ainda mais rentáveis.

E, ainda, a qualidade da fibra curta de eucalipto destacava-se na produção de papéis absorventes (tissue) e de papéis para impressão e escrita.

Assim, a produção brasileira de celulose voltou a crescer em relação à década anterior em razão, principalmente, do aumento da área plantada: o crescimento médio anual foi de 7,29%.

PROJETOS NO PERÍODO

Em 1990, duas secadoras de celulose foram entregues para o mercado chileno, para as empresas Arauco e CPMC Pacífico, que também receberam um upgrade na área de evaporação no ano seguinte. Ainda, a caldeira de recuperação da Suzano Limeira, na época chamada de Ripasa.

Neste período foi lançada a pedra fundamental do projeto de expansão da fábrica e da linha II da Cenibra. Para este projeto a Valmet (Kamyr) foi a responsável pelo fornecimento da linha de fibras incluindo equipamentos para o pátio de madeiras, cozimento continuo, lavagem e branqueamento.

Em 1993 os grupos Klabin e Lenzing se associaram para reativação da antiga CCB, joint venture que denominada Bracell destinada a produção de celulose solúvel branqueada de eucalipto. Para este projeto a Kamyr forneceu a planta de branqueamento TCP (com tecnologia da Lenzing).

Já em 1995, uma secadora de celulose foi entregue para a Suzano Jacareí (ex-Fibria Jacareí). No ano seguinte, houve o fornecimento de pátios de madeira para as unidades da Duratex em Itapetininga (SP) e Gravataí (RS).

Nesse mesmo ano, a foi firmado o contrato para a expansão e modernização da fábrica em Telêmaco Borba no Paraná. Como a principal fornecedora deste projeto em regime EPC foram entregues a linha de fibras, a reforma da caustificação, o upgrade das plantas de evaporação e do digestor, e o upgrade da caldeira de recuperação. Também foi fornecido o pátio de madeira dessa unidade, com capacidade para 368 metros cúbicos por hora.

Em 1997, o mercado chileno estava aquecido: foram entregues um pátio de madeira para a Arauco; uma secadora de celulose e evaporação para a CPMC Laja; e uma caldeira de força para Energia Verde Santa Fé.

Em 1999, a Suzano Aracruz (ex-Aracruz Celulose) negociou com a  companhia, a compra de uma nova planta de caustificação no regime EPC completo. Neste mesmo ano, foram realizados upgrades na área de evaporação da companhia argentina Alto Paraná e da chilena Arauco.

 

 

DÉCADA DE 2000

Logo no início da década,

o grupo nórdico Aker, que atuava no ramo de engenharia e tecnologia, principalmente com a construção de navios e exploração subaquática, adquiriu a Kvaerner. Assim, a empresa alterou o nome para Aker Kvaerner. No mesmo ano, a Metso adquiriu a tecnologia de fabricação de papel e papel tissue da Beloit, como também as operações de serviços nos Estados Unidos e na França.

METSO

No final do ano de 2006, a Metso fez a aquisição dos negócios de Pulping and Power da então Aker Kvaerner.

Essa negociação foi efetivada como forma de melhorar a oferta de soluções por parte da companhia como fornecedor de plantas completas para a indústria de celulose e papel, tal como, responder às promissoras oportunidades de negócios na indústria de energia e tecnologia de biomassa.

Outras Áreas

Além das áreas de celulose e papel, a Metso já atuava em frentes de construção, automação e mineração. No final de 2009, a Metso adquiriu a Tamfelt Corporation, um dos principais fornecedores mundiais de tecidos têxteis técnicos.

CONTEXTO DO MERCADO DA CELULOSE NO BRASIL

As empresas, nos anos 2000, tornaram-se cada vez mais concentradas, com alta capacitação técnica e tecnologia instalada, via fusões e aquisições. Associadas a essas reestruturações, foram construídas novas unidades ou linhas produtivas com as tecnologias mais avançadas do mundo, as quais permitiram grandes ganhos de escala.

Nesse período, o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Florestas (2003), com o objetivo de ampliar o ritmo de expansão das plantações de árvores pelas empresas, bem como, a participação de pequenas e médias propriedades rurais nos plantios florestais.

Entre 2000 e 2007, a produção de celulose cresceu em média 8,80% ao ano no país. Num recorte maior, de 2005 a 2015, a produção brasileira de celulose alcançou uma taxa de evolução de 5,9% ao ano.

PROJETOS NO PERÍODO

Em 2000, a Suzano Jacareí (ex- Fibria Jacareí) recebeu uma secadora de celulose Para a Suzano Aracruz (ex-Aracruz Celulose) foram realizadas reformas e modernização tecnológia das caldeiras de recuperação A e B.

Já na Klabin Monte Alegre foi realizado projeto para aumentar a capacidade da caldeira de recuperação. Neste mesmo ano, uma secadora de celulose foi adquirida pela CPMC Laja, do Chile.

Um ano depois, um pátio de madeira foi implantado na Placas do Paraná e na Arauco Paneles (Chile), além de um sistema de evaporação na International Paper Mogi-Guaçu. Nesse mesmo período, um novo sistema de cozimento foi fornecido para a Suzano Limeira (ex-Ripasa).

No ano seguinte, a empresa participou do projeto para implantação da Fábrica C da Suzano Aracruz (então Aracruz Celulose) em regime EPC) com fornecimento de planta de cozimento e difusor atmosférico. Também em 2002, um upgrade no sistema de evaporação e uma secadora de celulose foram entregues para a CMPC Guaíba (ex-Celulose Riograndense).

Para a Jari Celulose foi fornecido um pátio de madeira e upgrade da planta de evaporação, com a instalação de um concentrador tipo TUBEL. Ainda em 2002, a Suzano Jacareí (ex-Fibria Jacareí) adquiriu uma secadora, linha de cozimento e linhas de fibras para o projeto P2000. Já a CPMC Pacífico, do Chile, recebeu uma secadora de celulose.

Nessa mesma época, foram instalados equipamentos de branqueamento de celulose da fábrica da Suzano Celulose, na cidade paulista de Suzano, além de um pátio de madeira. Participou ainda do projeto da Veracel, em Eunapólis, na Bahia, onde foram fornecidos o pátio de madeira, a caldeira de força e a caldeira de recuperação, no ano de 2003.

Neste ano, também foram realizados um upgrade na evaporação da Klabin Monte Alegre e a instalação de um pátio de madeira para a Isdra.

Em 2004 a entrega da linha completa de secagem de celulose à Suzano Limeira (ex-Ripasa) e uma máquina de cartão foi reconstruída na Ibema (ex-Ripasa Embu). No mesmo ano foi implantado o sistema de controle na Usina Termelétrica de Santa Cruz, de Furnas Centrais Elétricas S/A (RJ).

Ainda neste ano, a Arauco adquiriu uma caldeira de recuperação, caldeira de força e uma secadora de celulose para a nova planta em Valdívia; e para a fábrica de painéis de madeira em Nueva Aldeia, uma nova caldeira de força.

Para a fábrica da  Bracell em Camaçari na Bahia, (então Bahia Pulp e depois Bahia Specialty Cellulose , a nova planta de cozimento batch, branqueamento e secagem de celulose (equipada com rebobinadeiras e linha de enfardamento), além da planta de evaporação.  e fornecida a nova linha de secagem para a fábrica da então Lwarcel, em Lençóis Paulista.

Segunda Metade da Década

Período em que os projetos cresceram de forma significativa e, em 2005, foram realizadas na Suzano Limeira (ex-Ripasa) a atualização da linha de secadora de celulose e a reforma na linha de fibras A/B com prensas DPA. Com isto a produção foi aumentada de 760 t/dia, para 1.000 t/dia. No mesmo ano, um novo upgrade foi realizado na planta de evaporação da Klabin Monte Alegre.

Em 2005 foram assinados os contratos para a construção da linha 2 da fábrica da Suzano em Mucuri. Para esta linha foram fornecidos uma nova linha de secagem de celulose, incluindo três linhas de enfardamento (nesta época a linha de secagem de maior capacidade do mundo); caldeira de recuperação (na época a 2ª maior do mundo, com capacidade para 4.700tss/dia), planta de caustificação e forno de cal. Ainda neste ano, foram efetuados upgrades nas áreas de evaporação da Fanapel, do Uruguai, e na CelArg, da Argentina.

No ano seguinte, para o projeto MA-1100 da Klabin, foi fornecida uma nova linha de processamento de madeira (composta por descascador, picador, classificação e transporte de cavacos), planta de caustificação, forno de cal e um novo sistema de cozimento contínuo.

Em 2006, foi implantada uma secadora de celulose na Suzano Jacareí (ex-Fibria Jacareí). Para o projeto Horizonte (VCP em Três Lagoas/MS) foram fornecidos as Caldeiras de Recuperação e de força, a planta evaporação e o pátio de madeiras.

Nesse mesmo ano, foi fornecida também uma nova e moderna planta de produção de celulose para a Bracell (ex-Bahia Pulp). O escopo da entrega contemplou, uma nova linha completa de fibras, desde o cozimento batch até a polpa prensada ou enfardada e a planta de evaporação de licor.

A multinacional ainda forneceu equipamentos para a Cenibra na modernização de sua linha de fibras e planta de evaporação.

E para a nova fábrica da Arauco em Nueva Aldeia, no Chile, foram fornecidas a caldeira de recuperação, uma nova linha de evaporação e uma secadora de celulose. A também chilena CPMC Celulose implantou um pátio de madeira e uma caldeira de força.

Já em 2007, na Suzano Limeira, foi feito um upgrade no sistema de evaporação e também foi instalado um sistema de desfibramento e pátio de madeira para a nova planta de painéis de madeira da Berneck.

 

 

DÉCADA DE 2010

Foi no início da década de 2010 que

a origem da constituição atual da Valmet no Brasil e no mundo ocorreu mediante a divisão dos negócios de celulose, papel e energia do grupo Metso, em dezembro de 2013. Nesse ano, houve uma cisão parcial em que se decidiu separar a empresa em duas.
Em um primeiro momento, o setor de automação permaneceu ligado à Metso. Em janeiro de 2015, as empresas assinaram um acordo sobre a venda do negócio de Sistemas de Automação de Processos para a Valmet. A aquisição foi concluída em 1º de abril de 2015 e o processo de incorporação prosseguiu até 2016.


Automação
Com amplo portfólio na área, a Valmet oferece soluções de automação para as indústrias de celulose, papel, tissue, energia, naval e processos.
Entre os produtos da área estão: Sistemas de Controle Distribuído, Gestão da Qualidade, Analisadores e Medições, Monitoramento de Condição e Internet Industrial.
Para uma oferta completa aos clientes, a Valmet oferece soluções completas de automação, desde instrumentos especiais de campo, controle avançado de processos, gerenciamentos de ativos, informações e dados dos clientes, bem como serviços para toda linha de produtos - conectados à Internet Industrial, ou seja, à Indústria 4.0.


Novo Endereço
Nessa década, ocorreu uma mudança importante. O escritório e Centro de Serviços, que até então funcionava na Cidade Industrial de Curitiba, foi transferido, em 2011, para uma nova planta localizada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba – onde a Valmet encontra-se até hoje.
A nova sede foi projetada a partir de conceitos sustentáveis, utilizando em sua construção materiais recicláveis ou facilmente recicláveis; aproveitando ao máximo a luz solar, com o uso de iluminação natural; e ainda com sistemas para reaproveitar a água da chuva.
A mudança para a outra sede começou a ser desenhada ainda em 2006, quando a Metso adquiriu a Aker Kvaerner, e estabeleceu um acordo, no qual a Metso poderia permanecer junto à Aker, na CIC, por mais cinco anos.
A inauguração oficial do novo espaço foi em março de 2012, com a presença de diversas autoridades. A sede, situada em um terreno de 60 mil m², conta com prédio administrativo e um Centro de Serviços, totalizando 10 mil m² de área construída.


Aquisições
Como parte dos planos de expansão da Valmet, a Enertechnix foi adquirida em 2018 para complementar a oferta de serviços de automação com sistemas de diagnóstico e monitoramento de combustão, principalmente soluções de imagem e medição de alta temperatura.
No ano seguinte, a GL&V e a J&L também foram compradas pela Valmet, aumentando a oferta de produtos e serviços para produção de celulose e nanocelulose, assim como, preparação de massa, fabricação de papel e acabamento.
A aquisição mais recente, ocorrida em 2020, foi a do PMP Group, cujo foco está nas tecnologias de processos e serviços para máquinas de papel tissue de pequeno e médio porte, além de reformas de máquinas de papel e cartão, o que permitirá à Valmet atender a uma gama ainda maior de clientes.


Agreements
Recentemente, a Valmet readequou os contratos de acordo com a demanda dos clientes, de forma dinâmica e segura. A multinacional finlandesa oferece ao mercado três opções de agreements, ou seja, modelos de negócio e contratos - tanto de manutenção, como de operação.
São eles:
• Contrato de Suporte Técnico, que é uma parceria pré-definida a partir de um banco de horas que será usado remotamente durante o período do contrato - entre 30 e 100 horas de trabalho anuais - e com foco em soluções diárias na planta;
• Contrato de Estudo, empregado para que o banco de horas de suporte da Valmet seja utilizado de acordo com a necessidade do cliente, após análises criteriosas das equipes de suporte técnico;
• Contrato de Performance, que traz uma cooperação ainda mais proativa para o desempenho positivo de soluções, ao utilizar ferramentas da Internet Industrial.
Todos esses contratos de agreements contam com o auxílio de ferramentas de Internet Industrial, como o Valmet Performance Center (VPC), o Valmet Customer Portal (VCP) e as ferramentas de acompanhamento remoto.


Uma solução de agreement aplicada em clientes são os contratos de manutenção, também conhecidos por Mill Maintenance Outsourcing (MMO).
Na Klabin, por exemplo, a Valmet entregou, em 2015, uma máquina de secagem no primeiro Projeto Puma, em Ortigueira (PR) e, em seguida, foi contratada para fazer a terceirização de manutenção.
Com profissionais da Valmet alocados na empresa para trabalho exclusivo com o equipamento, o acordo foi renovado em abril de 2019, com a meta de entregar a disponibilidade das máquinas de secagem acima de 98%.
A parceria entre Valmet e Klabin levou, ainda, ao fechamento de outro contrato de MMO para a planta da unidade de Monte Alegre, em Telêmaco Borba (PR), englobando atuação no Centro de Tecnologia para extração de lignina (lignoboost) e produção de celulose microfibrilada (MFC), com profissionais residentes e responsáveis pela manutenção mecânica, elétrica, instrumentação, analítica, metrologia e refrigeração. Alocados na planta, eles realizam as atividades de confiabilidade e manutenção das máquinas, que são de extrema importância para a segurança e estabilidade operacional.

PROJETOS NO PERÍODO

Em 2010 foi assinado um importante contrato com a Eldorado Brasil Celulose para o fornecimento da caldeira de recuperação e da planta de evaporação, além de uma das linhas de preparo de madeira.

Fábrica Completa

No ano seguinte, foi realizada a assinatura do contrato para a construção da fábrica completa da unidade de Imperatriz (MA) da Suzano, que entrou em operação em 2013. A Valmet foi responsável por entregar todas as ilhas da fábrica de celulose da companhia. O fornecimento compreendeu: pátio de madeira, planta de cozimento e linha de fibras, máquina de secagem e enfardamento, evaporação, caldeira de força, caldeira de recuperação, caustificação e forno de cal, incluindo uma solução de automação integrada para todas as áreas de processos.

No mesmo ano, foram instalados uma linha de fibras na Suzano Aracruz (ex-Fibria) e um pátio de madeira na Berneck, em Curitibanos (SC). Também foi realizado upgrade na linha de evaporação da Arauco Nueva Aldea, do Chile.

Em 2012, foi instalado um pátio de madeira na Duratex Itapetininga (SP) e os sistemas de evaporação da Rigesa, da Klabin Monte Alegre e da Klabin Otacílio Costa receberam um upgrade.

Dois grandes contratos

Em 2013, foi assinado o contrato para que a Valmet se tornasse a principal fornecedora do projeto da nova linha de produção da CMPC Guaíba (RS), entregando linha de fibras, secagem, enfardamento, cozimento, evaporação, caldeira de recuperação, caustificação e forno de cal, e toda parte de automação industrial, incluindo simuladores de processo e controles avançados de processos. A entrega ocorreu em 2015.

Em março de 2016 entrou em operação o projeto Puma I, da Klabin, cujos contratos foram assinados dois anos antes, Para este projeto a Valmet entregou as duas secadoras de celulose com tecnologias específicas para cada linha de produção. A secadora MC25, utilizada na produção de fibra curta, é a maior máquina de secagem com mesa plana Fourdrinier em operação no mundo.

Com capacidade para 3.500 toneladas de celulose por dia, a MC26 é a primeira máquina de secagem do mundo projetada especificamente para utilização no processo de produção de celulose fluff. O projeto conta ainda com soluções de automação nas duas secadoras.

Crescimento na América Latina

Já em 2015, foram feitas reformas nas máquinas de papel da CMPC de Caieras (SP). No ano seguinte, vendidos dois tambores descascadores para a Klabin Monte Alegre. E, no mesmo ano, mais um upgrade na linha de evaporação da Bahia Celulose.

Um disco picador foi entregue, em 2017, para a fábrica da Suzano de São Paulo. Além disso, a planta de evaporação da Suzano Maranhão recebeu melhorias.

No mesmo ano, a Valmet forneceu a reforma da PM4 para a empresa Alas Doradas, em El Salvador, e a venda da máquina tissue PM2 para a Papelera San Andrés De Giles, na Argentina – projetos importantes para a consolidação da empresa na área de Papel na América Latina.

Em 2018, a implementação da nova linha 3 de branqueamento de celulose e a modernização da linha de branqueamento 2 foram fechadas com a Cenibra. E ainda, firmada a venda de uma máquina para fabricação de papel tissue e de um novo cilindro yankee para outros clientes.

Reforçando a atuação internacional, uma máquina Tissue DCT 200 foi entregue para a Softys Zarate, da Argentina.

Mercado aquecido

Em 2019, a Valmet assinou contrato para o provimento de um grande projeto de tecnologia de produção de papel embalagem e celulose com a Klabin S.A., no Brasil. Os contratos para o projeto Puma II contemplam uma máquina kraftliner PM27, uma nova linha de fibras (sistema de cozimento e lavagem) e a reforma da linha de secagem de celulose que foi fornecida para o projeto PUMA I.

O processo de automação da máquina de papel também tem 100% da tecnologia Valmet, incluindo modernas aplicações de Internet Industrial. Será a primeira e única máquina do mundo capaz de produzir kraftliner utilizando somente celulose de eucalipto (fibra curta).

No mesmo ano, a Valmet forneceu para a Klabin uma planta para extração de lignina LignoBoost, pioneira na América do Sul, instalada no centro de tecnologia da Klabin Monte Alegre.

Também em 2019, a Valmet firmou importantes com a Bracell para a nova planta de produção de celulose de mercado e celulose solúvel que constrói, em Lençóis Paulista (SP). A Valmet é responsável pelo fornecimento da maior planta de evaporação de licor negro do mundo, com um super concentrador de licor e uma planta de licor branco, na qual os dois fornos de cal serão abastecidos com biogás, eliminando a uso de combustíveis fósseis.

Em 2020, ano em que Valmet completa 60 anos de atividades no Brasil, foi assinado o contrato para aparelhar com uma máquina coater de alta tecnologia para a fabricação de papel térmico de alta qualidade, a Oji Papéis Especiais, que opera em Piracicaba (SP).

Outro grande projeto recente, assinado em 2020, foi com a LD Celulose, joint venture da Lenzing e Duratex, para construir uma fábrica de 500 mil toneladas ao ano de celulose solúvel, nas cidades de Indianópolis e Araguari, em Minas Gerais. Para este projeto a Valmet está fornecendo uma linha de fibras, uma linha de secagem e enfardamento de celulose, uma planta de evaporação, uma planta de licor branco, uma planta de cristalização e tratamento de cinzas, além do sistema de automação para toda fábrica.

Também em construção, para o projeto Arauco MAPA cuja que iniciará a produção em 2021, a Valmet está fornecendo a secadora de celulos, caldeira de recuperação e caldeira de força.

 

Valmet, mais de 220 anos de história industrial    

 

Neste ano a Valmet celebra seis décadas de atuação em território nacional. Chegamos aqui na década de 1960 com o mesmo nome Valmet de hoje, mas já nos chamamos Kamyr, Kvaerner, Aker, Metso Paper.

Sobretudo, em seus mais de 220 anos de história global, a Valmet é o desenvolvedor e fornecedor líder global de tecnologias de processo, automação e serviços para as indústrias de celulose, papel e energia. É objetivo da Valmet se tornar o campeão global em serviços aos clientes.

A forte oferta de tecnologia da Valmet inclui fábricas de celulose, lenços de papel, papelão e linhas de produção de papel, bem como usinas de energia para produção de bioenergia. Nossos serviços avançados e soluções de automação melhoram a confiabilidade e o desempenho dos processos de nossos clientes e aumentam a utilização eficaz de matérias-primas e energia.

As vendas líquidas da Valmet em 2018 foram de aproximadamente EUR 3,3 bilhões. Nossos mais de 13.000 profissionais em todo o mundo trabalham próximos aos nossos clientes e estão comprometidos em levar adiante o desempenho de nossos clientes - todos os dias. A matriz da Valmet está localizada em Espoo, Finlândia, e suas ações estão listadas na Nasdaq Helsinki.

 

Valmet é inovação tecnológica

Valmet 220 anos